19/08/11

Eu e o meu corpo



Este vídeo de animação explora o conceito de células e das diferentes metodologias usadas pelos cientistas na investigação.
Foi produzido pelo IGC, e venceu a a categoria de Material Didáctico da edição de 2011 do concurso internacional Ciencia en Acción.

Versão disponível em inglês em:
http://www.youtube.com/watch?v=3l9_inq6vaQ&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=3l9_inq6vaQ&feature=related

04/01/10

receita de ano novo




Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
 

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
 

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.



Carlos Drummond de Andrade
 Drummond de Andrade, Carlos (Autoretrato, 1902, ltabira, MG.)


29/12/09

em trânsito: arte postal no museu das comunicações









O Museu das Comunicações apresenta, até 15 de Janeiro, um exposição singular sobre Arte Postal, uma tendência artística popularizada, nos anos sessenta, pelo dadaista Ray Johnson e pela sua "New York Correspondance School of Art".
A exposição "Em Trânsito" reúne obras de Mário Casariny, Ana Hartley, José de Guimarães e outros artistas portugueses, que trocavam entre si (e com colegas estrangeiros) manifestações criativas nos mais diversos suportes, do papel ao plástico - uma fonte de inspiração imperdível para todos os que fazem da net a nova rede de comunicação artística.
Ver um "Breve História da Arte Postal", por Carlos Barroco, comissário da "Em Trânsito" (aqui).

28/12/09

Lisboa cidade triste e alegre


 Victor Palla e Costa Martins, "Lisboa cidade triste e alegre", Edição Pierre von Leist Editions, 90€

Um verso de Álvaro de Campos, 'Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui..", inspirou o título de um dos mais importantes livros de fotografia sobre Lisboa - "Lisboa, cidade triste e alegre", dos fotógrafos Victor Palla e Costa Martins, finalmente reeditado, meio século após a sua primeira edição. Gerry Badger coloca-a na lista das mais importantes de sempre da história da fotografia. As cópias de "Lisboa, cidade triste e alegre" são tão raras que uma delas foi vendida, há dois anos, num leilão da Christie´s, em Londres, por 14 mil euros. O blog 5b4 coloca esta reedição no topo da lista do Best Books of 2009. Esta nova edição, da Pierre von Kleist Editions, respeita totalmente o formato original, integrando ainda um suplemento com uma nova introdução por Gerry Badger.

endófitos - a melhor fotografia científica espanhola




Esta a fotografia que obteve o primeiro prémio na FotoCiencia 2009, um concurso de fotografia científica em Espanha, já na 7ª edição. Mostra 114 espécies de endófitos - fungos não patogénicos que colonizam os tecidos das plantas  - extraídos de uma gramínea comum em Espanha, a Dactylis glomerata.

Autores: Dª. Maria Salud Sánchez Márquez e D. Iñigo Zabalgogeazcoa.
Equipamento: Nikon Coolpix 4500, objetivo Zoom Nikkor 7.85-32mm, lente 1:2.6-5.1

Ver todas as fotografias premiadas (aqui).

27/12/09

é para amanhã?




O relatório da Global Sovereign Credit Risk Report, publicado há três dias, vem apresentar novos dados sobre a nossa posição numa lista de 63 países. Portugal surge no 41º lugar, uma posição pouco convergente com o cenário de catástrofe anunciada que se vem instalando no pessimismo nacional - Pacheco Pereira, por exemplo, não se tem cansado de a apregoar, e já para amanhã, como foi o caso na última “quadratura do círculo”, em debate a dois com António Costa.
Afinal, ficámos a saber que, entre os 40 países com maior probabilidade de falência do que Portugal, contam-se, só no contexto europeu, a Letónia, a Lituânia, a Roménia, a Grécia, a Hungria, a Bulgária, a Irlanda, a Estónia, a Polónia, a Espanha e a Itália.
Segundo o mesmo relatório, entre os seis países mais seguros, isto é, com menor risco de falência, cinco pertencem à zona euro: a Alemanha, a Finlândia, a França, a Holanda e a Dinamarca.

Não será, portanto, para amanhã!

25/12/09

os melhores de 2009

Agora que estamos na altura das listas dos melhores do ano, comecemos pelas sugestões do New Yorker.

23/12/09

cartão de natal


Da Picasso Pictures.

viagem às estrelas



O American Museum of Natural History (AMNH) deixou-nos esta preciosa prenda de natal: uma viagem de 6 minutos no tempo e no espaço, dos Himalaias aos quasars, os mais distantes objectos visíveis no Universo.  O filme faz parte de uma exposição  - Visions of the Cosmos: From the Milky Ocean to an Evolving Universe - presente até Maio de 2010 no Rubin Museum of Art, em Nova York.
O AMNH e o Hayden Planetarium tem estado envolvidos, desde 1998, num projecto de mapeamento tri-dimensional do Universo. Uma cópia deste Atlas Digital do Universo está disponível para download (aqui).

21/12/09

(des)união de facto




Dois anos separam estas fotografias. E, no entanto, a segunda terá vindo para ficar, e com ela um futuro tão inquietante quanto o semblante dos seus protagonistas.

17/12/09

o quasemoto


Kozak Collection, Earthquake Engineering Research Center

Hoje os portugueses substituíram o tradicional "bom-dia" pelo "sentiste-o?", e o mundo dividiu-se entre os que sim privilegiados com uma história para contar e os que não. É por isso que a manhã esteve tão animada. Não era para menos: sabemos bem que o de 1755 foi o primeiro acontecimento mediático à escala global, o tema mais excitante da Europa de então. 
É verdade que também o senti: atravessou-me como uma onda, sem resistência, fulgurante, como se deus e o diabo tivessem passado por aqui. Ignoro o porquê deste amar o medo. Pois se tudo tem uma função - e a do medo é exactamente a de nos preservar – como entender o magnetismo do perigo? Terá a biologia do medo uma resposta ou será de a procurar mais para os lados da psicanálise?

16/12/09

noite de amor

O galo cantou mais cedo. Deve estar a gabar-se da noite de amor. Quem me dera falar galês.

tá-se bem

Aconselho vivamente o autocarro para o trabalho. É o rever das mesmas caras, pontualmente, até se tornarem amizades silenciosas, cúmplices da manhã. Hoje era uma bolha a flutuar no nevoeiro, e nós lá dentro a adivinhar o Tejo invisível, num conforto sonolento, quase a esquecer-me de mim e ... por encanto, ditada pela batuta de um maestro ausente, uma polifonia: "na ponte, sim, na ponte", "se deixares de ouvir é que estou a ficar sem rede", "tá-se bem", "ouves, ouves?", gritava-me ao ouvido. Olhámo-nos, olhos nos olhos, mas os dele olhavam para longe, todos olhavam para longe, como velhos loucos a gritar nos montes.

15/12/09

you don't know me

Há muito tempo que o queria ver caetaneando qualquer coisa do Transa, esse álbum maior da música brasileira. Hoje consegui, finalmente, You don't know me, com Karina Zeviani. Ver (aqui).

29/11/09

Brecht

Revi(vi) Brecht, na sua guerra dos trinta anos, agora travestida de Afeganistão.



Foi uma noite quente, ontem, no National Theatre. Atmosfera de concerto de rock, fogo de artifício e Duke Special. Não foi de solidariedade pela coragem de uma mãe, já que nem o próprio Brecht lhe terá branqueado a ganância por que sacrificou a prole. A culpa é da guerra, prefere-se pensar. Esta a mensagem que ainda me ecoa de todas as mãe coragem encenadas da capital à província, naqueles tempos de prec e MFA. Um refresh de memória e uma actualização a não perder.